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O que resta depois da morte de alguém? E se esse alguém for uma mulher negra? Segundo a narradora deste romance, ficam as contas não pagas e alguns pertences, muito poucos, angariados durante uma vida estilhaçada.

Forjando-se no terreno avermelhado pelo sangue das vacas, na fronteira entre Brasil e Uruguai, onde num armário de louças se confundem tiranos e subalternizados, negros e brancos, esta história começa com a morte de tia Eluma, empregada doméstica na cidade com nome de Ana. Quem responde por essa morte? Quem pagará o velório dessa mulher que se cria no batuque e morre na igreja universal do reino de deus? O que a narradora herda da tia e o que abandona? Tendo a vida (e a morte) de tia Eluma como ponto de partida, a narradora puxa o fio que se estende à sua primeira ancestral conhecida da linha materna, passando por outras parentes suas que, para chegarem até aqui, limparam os pés nas pedras dos arroios lavando a roupa suja dos brancos. Entre os pontos altos deste Louças de família está a própria linguagem, que amalgama português, espanhol, iorubá e uma dicção literária surpreendente.

O que resta depois da morte de alguém? E se esse alguém for uma mulher negra? Forjando-se no terreno avermelhado pelo sangue das vacas, na fronteira entre Brasil e Uruguai, onde num armário de louças se confundem tiranos e subalternizados, negros e brancos, esta história começa com a morte de tia Eluma, empregada doméstica na cidade com nome de Ana. Quem responde por essa morte? Quem pagará o velório dessa mulher que se cria no batuque e morre na igreja universal do reino de deus? O que a narradora herda da tia e o que abandona? Tendo a vida (e a morte) de tia Eluma como ponto de partida, a narradora puxa o fio que se estende à sua primeira ancestral conhecida da linha materna, passando por outras parentes suas que, para chegarem até aqui, limparam os pés nas pedras dos arroios lavando a roupa suja dos brancos. Entre os pontos altos deste Louças de família está a própria linguagem, que amalgama português, espanhol, iorubá e uma dicção literária surpreendente.

O que resta depois da morte de alguém? E se esse alguém for uma mulher negra? Forjando-se no terreno avermelhado pelo sangue das vacas, na fronteira entre Brasil e Uruguai, onde num armário de louças se ...

Forjando-se no terreno avermelhado pelo sangue das vacas, na fronteira entre Brasil e Uruguai, onde num armário de louças se confundem tiranos e subalternizados, negros e brancos, esta história começa com a morte de tia Eluma, empregada doméstica na cidade com nome de Ana. Quem responde por essa morte? Quem pagará o velório dessa mulher que se cria no batuque e morre na igreja universal do reino de deus? O que a narradora herda da tia e o que abandona? Tendo a vida (e a morte) de tia Eluma como ponto de partida, a narradora puxa o fio que se estende à sua primeira ancestral conhecida da linha materna, passando por outras parentes suas que, para chegarem até aqui, limparam os pés nas pedras dos arroios lavando a roupa suja dos brancos. Entre os pontos altos deste Louças de família está a própria linguagem, que amalgama português, espanhol, iorubá e uma dicção literária surpreendente. Louças de família é uma obra que explora as complexidades das relações familiares e a herança cultural e emocional transmitida através das gerações. Eliane Marques utiliza uma narrativa rica e detalhada para tecer histórias que se entrelaçam, revelando como objetos cotidianos, como as louças, podem carregar significados profundos e memórias afetivas. A autora examina a dinâmica familiar, os conflitos e as reconciliações, destacando a importância da memória e da identidade na construção dos laços familiares. Através de uma prosa envolvente, Marques convida o leitor a refletir sobre o valor das tradições e o impacto das experiências passadas nas vidas presentes. A obra é uma meditação sobre o que significa pertencer a uma família e como os legados emocionais são passados adiante, muitas vezes de maneira sutil e inesperada.